Não é novidade dizer que o meu
pai tem grande parcela de responsabilidade do meu caráter. Homem trabalhador, honesto,
emotivo, solidário e forte, muito forte. Ele me ensinou muitas coisas
importantes. Não cabe fazer uma grande lista. Mas uma das coisas mais bacanas
que ele me transmitiu foi o gosto pelos esportes.
Apaixonado
por futebol, sempre me colocava ao lado dele para assistir a futebol. Seja Real
Madrid x Barcelona ou Remo x Ceará. Lembro como se fosse anteontem: em uma
noite como qualquer outra, perdi o sono. Ouço o barulho da TV. Chego à sala e
lá estava ele em plena madrugada assistindo São Paulo x Milan. Em 1993.
Ele também
sempre me passou a ideia que o esporte sempre foi uma forma de formação de
cidadania e respeito com o outro. Ele, atleticano “doente”, sempre respeitou e
até me incentivou nos jogos do Cruzeiro. “Vai lá assistir seu time.” Seu
sorriso no rosto a ver o filho feliz com um brinquedo estrelado sempre está na
minha memória.
Meu pai é um
herói, é um gênio. Meu grande exemplo. Adoro jogar futebol fazendo desarmes, de
tanto ver o ‘velho’ atuando com a camisa 4 nos campos. Por isso também durante
meus 13 anos de handebol, a número 4 era presença constante no meu uniforme.
Entre tantos
outros símbolos, ele sempre será sinônimo de fair play. Ele é o real motivo de
ver o futebol como celebração da paz. Ele é o real motivo de eu ter ficado
feliz com a Copa Libertadores do Atlético comemorando. Quem mais ligaria para
um cruzeirense naquele dia sem brincadeirinhas?
Quanto
Cruzeiro e Atlético assistimos juntos! Como lembro as histórias de 71 e,
principalmente, de 77! Ele sempre no Mineirão. Em 2005, não ri do rebaixamento
por ele. Em 2006, os sábados a tarde eram dele. O Atlético 4 x 0 no Cruzeiro,
não passou de uma vitória normal. Assim como as outras goleadas que aplicamos.
Assisti à final da Libertadores só pensando nele. Vi que não torcer contra aquele
time que jogava um futebol maravilhoso já era uma grande demonstração de respeito.